14 de Setembro, 2021
No 50º aniversário da organização ambientalista, a diretora executiva Jennifer Morgan diz “que este é um momento para refletir sobre o passado” e avisa que “o tempo está a esgotar-se”, pelo que é urgente fazer “uma mudança absolutamente radical e profunda” para salvar o planeta.
A organização ambientalista Greenpeace comemora o 50º aniversário e afirma-se mais determinada que nunca. Na sede, em Amesterdão, há cartazes das várias ações feitas ao longo dos anos e testemunhos de ativistas nas suas lutas e causas, segundo a Euronews.
Jennifer Morgan, diretora executiva da Greenpeace, referiu que “penso que este é um momento para refletir sobre o passado, e também todo o trabalho que temos tido com os nossos aliados. Mas não há muito para celebrar neste momento. Encontramo-nos numa emergência climática. A perda de biodiversidade está a acelerar. E, por isso, de certa forma, tudo o que fizemos ao longo destes 50 anos, temos de nos unir agora e aplicá-lo na criação de uma mudança absolutamente radical e profunda. O tempo está a esgotar-se”.
Relativamente aos objetivos futuros, a ambientalista respondeu: “Bem, acho que o objetivo seria que a Greenpeace já não existisse. Sabe, eu penso que a Greenpeace está aqui para tentar fazer da Terra um lugar mais seguro e para construir esse mundo juntamente com outros”.
No entanto, o idealismo que serviu como base para fundar a organização é mais necessário que nunca, afirmou Jennifer Morgan. A próxima ação prevista é na COP26, prevista para outubro, na Escócia.
Em Portugal, a Greenpeace também deixou marcas: parar o trânsito na ponte 25 de Abril, ocupar navios, lutar contra a importação de lixo, transgénicos e madeiras preciosas.
Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero, em declarações à Lusa, lembrou que na altura a associação ainda não existia, mas estava integrado na Quercus, que era o apoio da Greenpeace em Portugal.
Referiu o escândalo “Metalimex”, que envolveu dezenas de milhares de toneladas de escórias de alumínio depositadas no Vale da Rosa, em Setúbal, vindas da Suíça. “A ideia era mostrar como era fácil transportar resíduos dentro da União Europeia e também para fora dela”, disse Francisco Ferreira.
No dia da inaguração da Expo 98, em Lisboa, uma carrinha de mercadorias parou no tabuleiro da ponte 25 de Abril e ataram uma faixa que desceu até ao rio Tejo para alertar para a necessidade de proteger os oceanos.